Advogadas: a conquista da profissão é a luta das que vieram antes de nós

Por Carmela Grune, advogada trabalhista, 2 Vice-Presidente da Academia Brasileira de Direito, representante no Estado do Rio Grande do Sul do Instituto dos Advogados Brasileiros

 

Crédito Hélio Rodrigues

 

Eu tenho muito orgulho da advogada que me tornei, pela educação que recebi dos meus pais, todo estímulo e exemplo que são para eu estudar – uma mãe Cármen Salete Souza petroleira, formada em letras, arquivologia e agora concluindo o curso de Direito (além de três especializações) e um pai Renato Grune contador e advogado, com três especializações.
Agradeço pelas experiências que adquiri na convivência com os meus professores, colegas de formação jurídica e de profissão. Também sou grata aos juízes pela condução e diálogo na produção de provas na instrução processual, aos desembargadores e ministros que recebem os memoriais e que dialogam conosco questionando a nossa tese, quais os fatores de convencimento e documentação existente como outras provas pertinentes. Aos meus clientes e aos voluntários dos projetos sociais que me fazem enxergar realidades distintas e procurar esclarecer situações para encontrar alternativas de efetivação do direito e da justiça.
Eu sou essa advogada porque tenho a oportunidade de conviver e de me relacionar, de questionar, de debater e de crescer como ser humano e profissional. Muito obrigada a todos que pela convivência me possibilitam aprender e a sempre procurar o meu melhor.

Crédito Hélio Rodrigues. Na foto Adriana Guimarães, Antônio Laért Vieira Júnior, Rita Cortez e Jorge Folena

Saúdo a todas as mulheres advogadas na pessoa da minha querida presidente Rita Cortez que está a frente do Instituto dos Advogados Brasileiros, fundado em 17 de agosto de 1843 (177 anos), o qual me deu a honra de ser a representante institucional no Rio Grande do Sul, comigo na missão o colega e professor Paulo Joel Bender Leal.

 

Temos a conquista do exercício profissional porque mulheres lutaram por esse direito, Myrthes Gomes de Campos, embora tenha concluído o bacharelado em Direito em 1898, devido as fortes discriminações, apenas em 1906 conseguiu ingressar no quadro de sócios efetivos do Instituto dos Advogados do Brasil, condição necessária para o exercício profissional da advocacia. A luta vem de muito tempo.

Ontem o Conselho Federal da OAB aprovou a paridade de gênero e cotas raciais de 30% a ser aplicada nas próximas eleições. É um mais uma vitória conquistada para garantir a igualdade de acesso aos espaços de poder para criar novas oportunidades e defender a nossa Constituição.

É mais um passo, mas ainda precisamos garantir a plena igualdade que depende de todos.
Mais sobre a biografia da Myrthes Gomes de Campos: http://www.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/museu/curiosidades/no-bau/myrthes-gomes-campos

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.